Basicamente, o
curículo é uma lista de tudo aquilo que uma escola pretende ensinar. Pode
também conter informações mais precisas sobre como e quando vai fazê-lo e
também sobre os processos de avaliação das aprendizagens. Geralmente, resume-se
a uma relação de matérias, cada uma com seus conteúdos, apresentados na
sequência na qual devem ser trabalhados com os alunos de cada série.

O currículo pode
ser uma referência sobre o modo de ser da escola, especialmente quando
apresenta inovações em seus conteúdos. Atualmente, essas inovações podem ser
divididas em duas grandes categorias:
1 - Enriquecimento
da lista básica de conteúdos ofertados: artes, música, informática, entre
outras novas áreas, e conteúdos multidisciplinares (como ecologia, educação
sexual, ética, etc.) podem começar a ser incluídos na lista do que a escola
pretende oferecer aos alunos.

Outro conceito
importante é o de "currículo oculto", que inclui diversos valores
(por exemplo: religião, preconceitos de cor e de classe, regras de
comportamento, etc.) que a escola pode ensinar, mesmo sem mencioná-los em seu
currículo.
Há também o
currículo prescrito, que pode ser definido como um conjunto de decisões
normativas que são produzidas nos gabinetes das secretarias federais, estaduais
e municipais de educação. É um currículo totalmente distanciado do currículo
real, pois não respeita a diversidade, e não é construído pelos que fazem a
escola cotidianamente.
O
currículo prescrito atribui à escola o papel de transmitir uma cultura com base
na lógica da reprodução, um currículo igual para todo o território e para todos
os alunos, construído para que o professor o execute da forma como veio
estruturado.
Mesmo
o currículo sendo prescrito, o professor através de sua interação deve
construir, no dia-a-dia, novas alternativas curriculares para a sua prática
docente.
Nos
dias de hoje ainda temos escolas quem pensam que todos têm que ser iguais, onde
a instituição escolar sempre se organizou a partir dos padrões a serem
cumpridos por todos, com práticas de que a aprendizagem acontece no mesmo ritmo
e no mesmo tempo, excluindo assim, aqueles que fogem a esse padrão, com classificações
e seleções baseadas no modelo tradicional.

Há
diversos mecanismos que reforçam as desigualdades socioculturais nos sistemas
educacionais, um desses mecanismos é o livro didático.
Assim
como o currículo prescrito que vem pronto para o professor executar, o livro didático
também é assim. O professor precisa ver o livro didático como um apoio um norte
e não algo que o torne refém dele.
O
professor deve usar o livro didático como um recurso que irá auxiliá-lo em sua
prática, proporcionando uma pedagogia emancipatória, de superação de uma
cultura escolar excludente e de um pensar que passa pelo projeto curricular da
escola.
Em
boa parte dos casos, é preciso reconhecer: a simples leitura do currículo não é
suficiente para dar uma ideia de como funciona uma escola. Afinal de contas,
existem grandes diferenças entre o currículo oficial e o que efetivamente se
passa em sala de aula, que podemos chamar de "currículo real".
Fonte:
GIMENO SACRISTÁN, J. O currículo: uma reflexão sobre a
prática. 3.ed. Porto Alegre: Artemed, 2000.
Glossário Pedagógico. Disponível em: http://www.educacional.com.br/glossariopedagogico/verbete.asp?idPubWiki=9573.
Abaixo, um vídeo muito interessante que mostra como estruturar uma grade curricular atrativa para os alunos e que contribua para a aprendizagem:
E aí, professores? O que vocês pensam acerca do currículo escolar? Vamos fazer um debate? Deixem seus comentários!
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